São Clemente – Freguesia São Clemente é a freguesia sede do maior concelho do Algarve e tem por isso mesmo, uma particular dinâmica demográfica, social e cultural correspondente à cidade de Loulé. Em 1890, desdobrou-se em duas com a criação da freguesia também urbana de São Sebastião. Apesar desse desdobramento, foi durante décadas, a maior freguesia do Algarve. Ainda ocupa quase 48 km2 de área e comporta actualmente uma população que se aproxima dos 17.300 indivíduos. Para que se possa avaliar a dinâmica do crescimento demográfico, basta reparar como em 1981, a população era de 10.755 indivíduos e dez anos depois, em 1991, ainda não perfaziam 11.000. Isto traduz bem o incremento populacional que numa década elevou para 17.000 o total de residentes.

Do ponto de vista histórico, o povoamento desta área que hoje corresponde a São Clemente, remonta à mais remota antiguidade. Mesmo que se não acredite nas versões, um tanto fantasiosas, duma hipotética Carteia (de cartagineses), a verdade é que ainda persistem inúmeros vestígios arqueológicos dessa presença humana na antiguidade, sobretudo ao nível das galerias de exploração de minérios, coisa que foi muito frequente na costa algarvia que, pela sua riqueza mineira, atraiu os mais diversos povos, desde fenícios, gregos, cartagineses e romanos. As facilidades para o respectivo escoamento por via marítima e a amenidade do clima e do mar, foram outros factores decisivos nesse povoamento continuado ao longo de milénios até ao presente. Quanto á riqueza mineira, ela foi decisiva para as opções militares entre Roma e Cartago. Na região, sabe-se que os romanos exploraram minas em Alte e Querença, sendo muito provável que tenham também explorado as minas que se situavam na área de Loulé. Durante a ocupação árabe, o povoado foi protegido pelas muralhas dum castelo, dentro do qual terá nascido o filósofo muçulmano AI-Oriani. Em 1249, o castelo passou para o domínio dos cristãos comandados por D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago. D. Afonso III, assinou um foral como base para o repovoamento, em 1266 e em 1291, D. Dinis, criou aqui a primeira grande feira franca que existiu em todo o reino do Algarve. D. Manuel, em 1501, renovou os privilégios à população de Loulé. No século XVIII, já teria esta vila de Loulé, aproximadamente 500 indivíduos. Há muito tempo que São Clemente era uma paróquia, uma vez que no reinado de D. Dinis, aja referida doação à Ordem de Santiago, incluía a igreja local.

Na região, sabe-se que os romanos exploraram minas em Alte e Querença, sendo muito provável que tenham também explorado as minas que se situavam na área de Loulé. Durante a ocupação árabe, o povoado foi protegido pelas muralhas dum castelo, dentro do qual terá nascido o filósofo muçulmano AI-Oriani. Em 1249, o castelo passou para o domínio dos cristãos comandados por D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago. D. Afonso III, assinou um foral como base para o repovoamento, em 1266 e em 1291, D. Dinis, criou aqui a primeira grande feira franca que existiu em todo o reino do Algarve. D. Manuel, em 1501, renovou os privilégios à população de Loulé. No século XVIII, já teria esta vila de Loulé, aproximadamente 500 indivíduos. Há muito tempo que São Clemente era uma paróquia, uma vez que no reinado de D. Dinis, aja referida doação à Ordem de Santiago, incluía a igreja local.

A igreja é um Monumento Nacional, tem uma arquitectura originariamente românica e uma bela capela manuelina dedicada a Nossa Senhora da Consolação. Já da Renascença é a capela de São Brás e a capela das Almas, esta última decorada com azulejos descritivos e alusivos ao arcanjo São Miguel. Cada capela (ao todo são nove), era gerida por uma família importante da região. Um outro monumento, leva-nos á igreja da Misericórdia, antes conhecida como de Nossa Senhora dos Pobres e que possui um bonito portal manuelino, rodeado com intradorsos e capitéis encimados por dois pináculos torcidos. O conjunto está também classificado como Monumento Nacional e dele faz parte um notável cruzeiro em granito, tendo numa das faces a imagem da Virgem e noutra, Cristo na Cruz. Desse tempo era o Convento dos Agostinhos de que só restam as ruínas e a igreja da Graça (outro Monumento Nacional), com o seu magnífico portal gótico, o Pelourinho, do Forte Novo ou também chamado da Armação que aqui foi mandado erguer já por D. João lI. Todo este conjunto arquitectónico sofreu graves danos aquando do terramoto de 1755. Mas se este é sumariamente o que de maior relevância existe no rico património da freguesia, não podemos esquecer que o chamado Cerro da Vila merece uma referência final e à parte, pois que é uma estação arqueológica de primordial importância para a documentação do povoamento desde o século I até ao século XI, já no período árabe da vila de Loulé. Actualmente, de acordo com a informação da junta de freguesia, São Clemente terá aproximadamente 17.300 pessoas como já foi referido. Desses, apenas uma pequena minoria de activos, dedicam o seu trabalho à agricultura, que é aqui cada vez mais uma actividade residual e numa prática de auto-consumo. Entretanto, os frutos secos tradicionais, são ainda o principal produto agrícola explorado. No sector secundário, predomina a pequena empresa, a metalomecânica ligeira, a construção civil, a fabricação de cimento, a extracção de inertes dos calcários e de sal-gema. Os últimos anos trouxeram uma nova dinâmica ao sector, principalmente com a criação da zona industrial de Loulé que atraiu vários investimentos, felizmente todos não poluentes.